Como funciona a colheita de café?
Você adora um café quentinho logo ao acordar ou no final da tarde? Veja como funciona a colheita, processo que pode ser feito de diferentes formas
O café é a segunda bebida mais consumida no planeta, ficando atrás apenas da água. Em diferentes culturas, distribuídas em várias regiões do mundo, é possível encontrar diversas formas distintas de produzir e consumir essa bebida originária da Etiópia.
Produzir um bom café envolve diversos fatores. Além do clima, das técnicas de cultivo e da altitude, é preciso escolher bem o grão de café e saber como manter a planta até que ela dê os frutos.
Por fim, a última etapa é a colheita. Você sabe como é esse processo complexo que ocorre antes de o café chegar quentinho à sua mesa? Confira mais cada uma das etapas dele a seguir.
A colheita
Assim como em outras etapas, a colheita demanda preparação e planejamento. Afinal, esse processo envolve uma logística complexa que precisa ser bem ordenada para não deixar o produto estragar nem ser colhido antes da hora.
A colheita envolve fatores sociais e econômicos e influencia diretamente na qualidade do produto. Embora o período da colheita possa mudar de acordo com a lavoura, no Brasil, ela costuma ocorrer entre abril e setembro, intensificando-se entre junho e agosto.
O primeiro fator a se reconhecer é a época ideal para a colheita. Ela está sujeita a fatores relativos ao terreno e à lavoura, além de outros como nível de pluviosidade, sistema de plantio, tipo de solo, nível de exposição ao sol, ondulação do solo e distância entre os pés. Todos esses impactam a qualidade dos frutos produzidos.
O ideal é que a colheita ocorra quando eles estão mais uniformes (nem verdes nem em estágio pós-maturação). A cor verde costuma indicar desgaste do cafeeiro, enquanto o segundo sofre fermentação excessiva. A fruta café normalmente deve apresentar uma coloração cereja para ser colhida, mas vale dizer que algumas espécies de café podem estar maduras ao obter uma coloração amarela.
Colheita manual
Esse é um tipo de colheita que pode ser seletiva ou por derriça. A primeira ocorre quando as cerejas estão maduras (e são descartadas as cerejas verdes). Com a desigual maturação dos frutos, esse tipo de colheita garante um café de maior qualidade e consistência, exigindo a participação de muitos profissionais.
Já a colheita por derriça consiste em recolher todos os frutos do galho independente do estágio de maturação. Contudo, é frequente ser realizada em grupos que amadurecem mais uniformemente. Nesse método, os frutos são recolhidos e selecionados após caírem sobre um pano ou tela que são estendidos no chão.
Colheita semi-mecanizada e mecanizada
Essa colheita é feita a partir de derriçadeira motorizada manual. Os trabalhadores envolvidos diretamente com a coleta utilizam essa ferramenta para balançar os galhos dos cafeeiros, fazendo com que os frutos mais maduros se desprendam da árvore.
Já a colheita mecanizada é feita por grandes máquinas, que podem ser colhedoras ou derriçadeiras. As primeiras podem ser automotrizes (com propulsão própria) ou tracionadas (acopladas a um trator).
Com a colheita mecanizada, pode-se fazer uma escolha seletiva mecânica, a partir da regulação da velocidade de deslocamento e a intensidade de vibração das varetas. Esses recursos ajudam a coletar os frutos do topo da planta, que amadurecem mais rápido. Já as derriçadeiras são usadas em apenas um dos lados do cafeeiro.
Pós-colheita
Após a colheita, vem a etapa de processar os frutos, que serve para retirar as impurezas presentes e manter apenas as características saudáveis dos frutos. Existem basicamente dois métodos de processamento: via seca e via úmida.
A primeira é a mais adotada no Brasil e consiste em: antes mesmo de ser colocado para secar, o café passa pelo lavador e os grãos são separados de acordo com a densidade.
O principal objetivo do processamento seco é reduzir a umidade dos grãos a até 40%. Uma forma simples de diferenciar os grãos por qualidade é: cafés cereja e verde (de maior qualidade) afundam e o café que já perdeu umidade no pé flutua. O café é colocado sobre terreiros de cimento que recebem luz e à noite recebem proteção contra o orvalho. Por fim, o café é levado para secadores e sai com casca.
No processamento via úmida, os frutos têm a sua casca retirada. O café é então levado para uma secagem cuidadosa, com um revestimento especial para impedir que os grãos sejam contaminados por impurezas.